Os índices de segurança ferroviária da MRS estão alinhados aos das principais ferrovias de primeira classe norte-americanas, destacando a confiabilidade de sua operação e o forte compromisso para a garantia da integridade da carga transportada. A Companhia se orgulha de nos últimos 13 anos ter alcançado, a partir de seus esforços, redução de 43% na taxa de ocorrências por bilhão de TKB (tonelada x quilômetro bruto). Os acidentes que compõem essa taxa são aqueles com participação direta da MRS (relacionadas às falhas na operação e manutenção) ou os que envolvem outras ferrovias e comunidades (principalmente atropelamentos e abalroamentos).
Em 2022, a taxa fechou em 1,59, um dos melhores resultados na história da Companhia, com redução de 10% em relação ao ano anterior, que foi de 1,76. O principal fator desafiador para a continuidade na redução da taxa são os acidentes causados pela comunidade ao longo da malha ferroviária. Historicamente, a MRS demonstra atenção constante ao bem-estar das comunidades, em especial àquelas próximas da faixa de domínio da ferrovia e, em 2022, investiu um total de R$ 10 milhões em atendimento de 579 ativos, vedação da faixa de domínio e revitalização de seis passagens de pedestre e duas passagens em nível, além de implementar campanhas pedagógicas e forças-tarefa de vigilância ostensiva.
Taxa de ocorrências
Número de acidentes
(por milhão de TKM)
Processos para inspeção da via permanente
Parâmetros | Equipamento | 2020 | 2021 | 2022 |
---|---|---|---|---|
Bitola e geometria | TEV | 4.767 | 3.536 | 1.546 |
Bitola e geometria (aprox.) | AT|GMS | - | - | 10000 |
Defeitos superficiais e perfil de trilho | RIV | 5.905 | 4.578 | 4.153 |
Ultrassom | US | 5.361 | 5.472 | 4.497 |
Nota: TEV: o equipamento teve uma falha crítica em um componente não estocável (gerador) que demandou aguardar 8 meses para construção e reposição do item. No período parado as inspeções foram realizadas pelo equipamento ATGMS.
ATGMS: o veículo iniciou sua operação assistida em março de 2022 e em agosto de 2022 iniciou o envio de informações válidas para correção de defeitos e programação de manutenções.
RIV: baixo desempenho em 2022 devido às avarias da esmerilhadora, veículo que acompanha a inspeção do RIV.
US: com foco em maior confiabilidade do processo, um dos veículos foi substituído, o que gerou uma parada de 12 semanas para troca do sistema de um veículo para outro. Além disso, foram realizadas 18 semanas de paradas corretivas, totalizando 30 semanas de pelo menos um dos equipamentos em manutenção/modernização.
As ações incluem iniciativas lúdicas nas principais cidades onde há intercorrências (como a exposição de carros envolvidos em abalroamentos); campanha de comunicação ao longo de todo o ano, com inserções via rádio, redes sociais (Facebook e Instagram), jornais e TVs regionais etc; e incremento das ações locais de vigilância e conscientização em períodos festivos (como em Aparecida do Norte no mês de outubro, devido ao dia da padroeira; e no Rio de Janeiro no verão, em cidades em que a comunidade cruza a linha do trem para ir à praia).
Para contribuir na prevenção de ocorrências ferroviárias e garantir a integridade física dos colaboradores, a Companhia mantém ainda diversos programas e ferramentas, entre eles o Programa de Segurança em Terminais (PST), cujo foco é inspecionar as condições físicas e de via permanentes nos terminais dos clientes; o Programa de Segurança na Malha, com atenção particular voltada à confiabilidade dos pátios de manobra ferroviária; e o Farol de Riscos, que visa medir, por meio de indicadores, a aderência aos programas de segurança e o índice de risco das áreas operacionais, para que estas possam agir de forma preventiva e direcionar suas equipes para uma conduta segura.
Em 2022, a MRS implementou, em evolução ao antigo “Observação de Tarefas”, o Prever, um programa voltado para a auditoria de itens críticos nos processos de manutenção e operação, permitindo a realização de melhorias significativas. Além disso, a Companhia realiza também inspeções periódicas de condição física e comportamental e mantém um sistema de Comunicados de Riscos e Perdas (CRP), que foi reformulado no último ano. Atendendo aos protocolos de segurança para utilização do equipamento, o novo sistema tem como objetivo o registro dos desvios por meio do smartphone, não sendo mais necessário o deslocamento até o local de trabalho. A melhoria traz agilidade e praticidade ao processo.
Em 2022, a Companhia realizou testes com dispositivos de fadiga e sonolência por meio de câmeras nos trens ferroviários, nas locomotivas e em veículos rodoviários utilizados para deslocamentos pelos colaboradores. A tecnologia deve ser implementada ao longo de 2023. Com a mesma preocupação, a MRS também deve trazer outra inovação neste ano e implementar a utilização de testes com mais ou menos 60 segundos, no início do turno, em que é possível identificar se o colaborador está ou não preparado para iniciar a jornada de trabalho. Em paralelo, a Companhia continua estudos para o uso de videoanalytics para a identificação de anomalias de carga em trens já em circulação, garantindo mais segurança e confiabilidade aos clientes, e do uso de inteligência artificial para detectar situações vulneráveis ao longo do trecho, principalmente com foco em comunidade.
Ao longo do último ano, a MRS se envolveu em 104 acidentes ferroviários, sendo 63 atropelamentos e 41 abalroamentos. Do total, 101 eventos envolvendo a comunidade, 1 com outra ferrovia e 2 de causa técnica (causa MRS). Todos foram comunicados ao órgão competente, a ANTT.
Para os próximos anos, a MRS mantém o compromisso de garantir o alto nível de segurança na malha ferroviária, em relação aos acidentes de causa técnica e a melhorar o percentual de ocorrência envolvendo terceiros. A renovação da concessão (saiba mais aqui) traz inúmeros desafios para a Companhia no tema, principalmente por conta do aumento significativo de volume de obras, com novas empresas parceiras, novos colaboradores próprios e terceiros. Por outro lado, todos os investimentos também contribuirão diretamente para a segurança da operação, dos colaboradores e das comunidades quando finalizadas.
Evolução da taxa de acidentes
(número de acidentes)